quarta-feira, 29 de outubro de 2008

a propósito da saudade



Na berma do meu país, invoco as horas sularengas dos rasos campos ardentes.
O tempo desprendido de preceitos regrados que têm os meus dias neste litoral à beira-fim. Na berma do meu país, invoco a cavalgada inebriante das horas vagarosas que habitam as tardes do sul, onde pertenço. Nesta berma de beira-Atlântico, sítio onírico onde quis regressar, após o exílio. Voltada que sou, reparo que só o sonho permanece inalterado na memória que o alimentou. Tudo o mais desapareceu. Sabia-o. Desconhecia é que fizesse toda a diferença, entristecendo e angustiando os meus passos aqui.

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

a ti que espalhas mudez

A ti... a ti, que te espalhas no mundo, a ti, devolvo mudez à mudez da presença que se trocou. Enquanto isso, fica em mim a inquietação, que é mágoa também.A ti ... a ti entrego-me em adeus e distância. Em nome de mim.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

reflexão I

Por tanto que me esforce e acredite que encontrei, surge sempre nova paisagem sobre todas as outras que me fizeram desencontro.

domingo, 5 de outubro de 2008

a ti.



vens todas as noites habitar o espaço vácuo que a razão preenche durante o dia. vens, e o teu passo é seguro e decidida a tua vontade. estremeço ante a tua chegada, mas acolho-te sempre no mais prolongado abraço e no afago terno com que toco o teu corpo.
mas até no sonho partes, ao encontro de quem, para para sempre e tão longe, de mim te levou.