terça-feira, 21 de julho de 2009

lucidez

no raso campo estéril
da tua voz,
morrem todas as palavras por dizer...
e eu apago os vestígios do sol
na pele dorida do meu pensamento.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

da paixão


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Que nome chamar
ao teu nome,
pluma incendiada de gestos
adivinhados?
Que nome têm
essas aves etéreas
que levantaram
do teu sorriso líquido,
na manhã entardecida
de um fim de Junho?
Que nome há
neste querer-te aqui,
a beirar a minha pele?

Perdoa-me a covardia,
mas vou chamar-lhe terror.

sábado, 11 de julho de 2009

mudez


dança, oculta, a água
na fogueira acesa do olhar
e a palavra do teu nome
submerge
no silêncio oceânico
do tempo.
se tu viesses...
ah se tu viesses
e os teus passos trouxessem
a redenção das coisas vivas,
não haveria morte,
meu amor,
mesmo se, inerte,
eu descansasse no teu colo.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

tu e o tempo da tua falta


Haverá sempre o eco do teu olhar e a gravidade amena do som da tua solidão, lado a lado nos meus passos, que já não acompanhas.

O tempo desfaz a ténue silhueta que resta de ti na minha memória e já não sei de cor a tua voz, esqueci a tua gargalhada e perco-te aos poucos, por não aceitar que já te perdi... sobras lembrança branca e difusa... só no peito permaneces. Intacto vazio, dolorosa saudade, amiga de olhar azul, mãe de todas as dores.
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Para a minha querida Filipa Mello, um ano após.